A FESTA



Como muitas famílias, depositadas e esquecidas em bairros sociais nas franjas suburbanas das grandes cidades, A FESTA é a pequena história quotidiana de uma entre muitas dessas famílias relegadas para a sobrevivência num território de muitas carências e conflitos, onde sobressaem a ausência de uma identidade cultural, o desemprego, a violência latente e as prateleiras vazias da despensa. Por isso, A FESTA é uma promessa idílica sempre adiada quando não mesmo abandonada. Uma mãe, no mais cruel ambiente marcado pelo machismo, a intolerância, a pobreza material e espiritual, tenta, ainda assim, salvar a dignidade que resta, promovendo uma banal e vulgar festa com o filho e o marido em celebração de um quase esquecido e longínquo enlace matrimonial. Uma festa sem sentido…

Interpretação Joana Borrego | Pedro Mocho | Vítor Castanheira
Autor Spiro Scimone
Tradução Jorge Silva Melo
Encenação Isabel Bilou
Cenografia (Conceção e construção) Gil Salgueiro Nave | Luís Rufo | Paulo Nuno Silva
Desenho de Luz Pedro Bilou
Figurinos Isabel Bilou
Fotografia de Cena Paulo Nuno Silva
Cartaz Luís Pereira
Música de cena Ave Maria, de Franz Schubert | Ave Maria, de J. S. Bach/Charles Gounod | Marcha Nupcial, de Richard Wagner
Colaborações M.ª João Alface | João Bacelar | M.ª da Conceição Pires | Oficina Fialho

Biografia

Spiro Scimone, autor/ator, após os estudos na Academia de Filodramática de
Milão, inicia-se na atividade teatral em 1990, representando a obra Emigrantes,
de Mrożek.

Nos anos seguintes prossegue a sua atividade como ator e encenador de outros textos teatrais, entre os quais À Espera de Godot, de Samuel Beckett.

Em 1994, escreve a sua primeira obra, Nunzio, em dialeto siciliano de Messina, impulsionado pela procura de novas linguagens. Esta obra revelou-se como uma etapa fundamental do seu percurso artístico, já que com ela começa a colaborar com figuras eminentes e notáveis do teatro italiano. Ocupa-se da encenação da trilogia de Shakespeare no Teatro Garibaldi de Palermo.

Também em 1997 escreve A Festa, que estreia em 1999 nas Orestíadas de Gibellina. Representaram-se os seus espetáculos no estrangeiro: Inglaterra, França, Bélgica, Espanha, Canadá, Portugal (Artistas Unidos) e nos mais prestigiados festivais europeus, como o Festival d’Automne de Paris, o Kunsten, Festival de Artes de Bruxelas, e o Festival de Almada em Portugal. A Festa foi traduzida para inglês, francês, alemão e português. Spiro Scimone escreveu também o guião, a partir do texto teatral Nunzio e com Francesco Sframeli, dirigiu e interpretou a película intitulada Dois Amigos, vencedora do Leão d’Ouro atribuída à melhor primeira obra no Festival Internacional de Veneza em 2002.

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