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LUNDUM

Num triângulo de mar, escolhemos os vértices: Portugal, África, Brasil…

Em ondas de som navegámos, de veia solta, a pescar rosas de ventos andarilhos e sem nunca perder o rumo, já que afinal “o rio Amazonas desagua no Tejo” como muito bem sabe o Chico Buarque.

Num património de linguagens comuns, há fluxos de vai-e-vem, rotas de torna-viagem, rasgadas fundo pelo destino dos Homens. O Lundum, antiga dança de escravos, posteriormente adaptada nos bairros pobres de Lisboa, foi uma delas.

Da forma musical do “Lundum”, matriz dolente das modinhas do séc. XVIII, de fados, mornas, chorinhos e alguns sambas, fizemos então bandeira, com as cores fortes e fundadoras da inspiração, projeto estético firmado em princípios, homenagem comovida à tradição e à criatividade artística da música popular e a alguns dos seus melhores autores e intérpretes, duendes que nos vão embalando a ritmo, ao entoar ao ouvido as cantigas da memória da nossa vida, de lutas e amores.

Agora, é tempo da função. É tempo de bater o fado bailado, de suar a festa, de soar em dança de terreiro ou roda de samba…

Vozes Isabel Bilou | Susana Russo
Flauta | Saxofones Gil Salgueiro Nave
Violão de 6 cordas Domingos Galésio
Guitarra portuguesa Miguel Nazaré/Pedro Vila Nova
Cavaquinho José Carlos Faria
Contrabaixo Joaquim Nave
Piano | Acordeão Paulo Pires
Percussões Rui Gonçalves/João Aleixo

DJANGO TRIBUTO – SEXTETO DE HOT JAZZ

Criado na Associação Cultural do Imaginário para celebrar o centenário do nascimento de Django Reinhardt no Festival – Jazz na Cidade, em Évora, 2010, o “Django Tributo – Sexteto de Hot Jazz , pratica de forma arrojada, aberta e imaginativa um repertório do que hoje se chama jazz manouche ou gypsy jazz, com recurso à improvisação e virtuosismo instrumental característicos desta expressão musical. Uma voz feminina, à semelhança das que o próprio Django Reinhardt tantas vezes acompanhou, interpreta grande parte do repertório, em particular, versões no original em francês de canções compostas sobre algumas das suas mais célebres composições, como Nuages e Douce Ambiance.

Como acontecia nas diferentes formações do Quintette du Hot Club de France, este repertório inclui temas oriundos do jazz que na época se tocava nos Estados Unidos, originais de Django Reinhardt e muitas chansonettes que nos anos pré- e pós- II Guerra Mundial saltaram dos cabarets da noite parisiense para as ondas hertzianas da rádio e para as 78 rotações do vynil. Hoje alargado a temas tradicionais do leste europeu e Balcãs, este repertório é pretexto para a expressividade típica de um jazz acústico muito centrado nas cordas, um jazz sans tambours ni trompette, como Stéphane Grapelli gostava de lhe chamar.

Voz Susana Russo
Saxofones | Flauta | Clarinete Gil Salgueiro Nave
Contrabaixo Joaquim Nave
Viola d’arco André Penas
Guitarra solo Zé Peps/Domingos Galésio
Guitarra António Pinto de Sousa

BANDA DA ESTRADA DO BAIRRO

Trata-se de um quarteto em formato de jazz a que se junta uma voz feminina, mas em que o jazz surge mais como um ponto de partida do que um fim em si. Na realidade, a partir deste ponto de fuga, aborda-se um repertório com origem noutras tradições musicais da tradição musical portuguesa a outras fontes da tradição musical da Europa até África e América Latina, passando por composições dos próprios elementos da banda – a que a universalidade das fórmulas do jazz, em particular a improvisação, permite uma abordagem inovadora.

Voz Susana Russo
Piano Hélder Filipe Gonçalves
Saxofones Gil Salgueiro Nave
Contrabaixo Joaquim Nave
Bateria Bruno Cintra

O CANTO DOS POETAS

O Canto dos Poetas é uma antologia poética extraída da literatura e da cultura literária popular de língua portuguesa pela voz de Isabel Bilou.

A seleção de versos d’ O Canto dos Poetas começa com cantos populares, que o povo é o primeiro poeta! Seguem-se poetas que foram voz do povo, sempre e em Abril, como Luís de Camões ou Manuel Alegre, Eugénio de Andrade ou Fernando Pessoa, José Afonso ou Ary dos Santos, Chico Buarque ou Vinícius de Moraes e outros que de um e de outro lado do Atlântico, ou lá bem no meio, fizeram desta língua comum pátria sua e nossa. Pelo meio são homenageadas as vozes que mais nos deram a ouvir estes e de outros versos, como Adriano Correia de Oliveira ou José Afonso, outra vez; a Amália, nossa fada madrinha do fado; ou a morna Cesária das ilhas calorosas de Cabo Verde e que no nome é de Évora como nós; ou Adoniran Barbosa, feito rei-povo do samba nas favelas do Rio de Janeiro.

Voz Isabel Bilou
Guitarra portuguesa Filipe Rebelo/Gil Salgueiro Nave
Guitarra Domingos Galésio/Gil Salgueiro Nave/Luís Pucarinho/António Pita Bastos
Viola d’arco André Penas
Contrabaixo Joaquim Nave

ARCADA CAFÉ ORCHESTRA

O nome da banda é uma homenagem e uma identidade. Évora, cidade de Arcadas e até o velho Café com esse nome, onde na realidade ou no mito tiveram lugar actos de cultura musical de que esta banda pretende recuperar o espírito e a memória. Não interessa se a música era exactamente a mesma, é até mais certo que não! Mas o cosmopolitismo cultural dos músicos que ao tempo animavam as matinés de chá-dançante e as noites de café-concerto é certamente muito semelhante ao que nos anima!

O repertório da Arcada Café Orchestra fixou-se em velhas songs da Tin Pan Alley e nos blues à moda de New Orleans que, diz-se, foram a mãe d’água do caudal que deu origem ao jazz. É, assim, uma música que se aproxima muito do modelo das pequenas bandas de jazz da época clássica, onde sobressai uma voz feminina, cheia de glamour e sensualidade, mas também de tragédia, umas vezes por motivos amorosos, outras de tragédia racial e que animavam os cabarés e halls de dança dessa América mítica, ainda a preto e branco, antes de as big bands de swing tomarem conta da ocorrência.

Voz Susana Russo
Saxofone tenor | saxofone alto | flauta Gil Salgueiro Nave
Trompete João César
Guitarra elétrica Domingos Galésio
Piano Paulo Pires
Contrabaixo Joaquim Nave
Bateria Rui Gonçalves/João Aleixo

GALISSA & GIL NAVE

O projecto de reunião de sonoridades do “Kora” da Guiné e dos sopros de saxofone e flauta, surgiu no rescaldo do projecto “Lusosonias e Outros”, que aconteceu em Évora em Setembro de 97.

Integrando os músicos José Braima Galissa (Guiné-Bissau) e Gil Salgueiro Nave (Portugal), a aposta é a de uma confluência de vagas melódicas e harmónicas de timbres cristalinos que emanam do “Kora” em densa malha rítmica, com o rugoso voo solista do saxofone, que tal como na tradição vocal africana e no “Jazz”, improvisa feito canto.

José Galissa é um notável representante de uma família de etnia mandinga, que há várias gerações são virtuosos executantes do “Kora”. Compositor e cantor, é um dos valores mais seguros da música da Guiné-Bissau. Gil Nave, multi-instrumentista, é um criador particularmente interessado pela miscigenação cultural.

Do cruzamento do “Kora” com o saxofone resulta um som muito particular, feito de gritos e sussurros, lamentos e riso, numa fluência de mar e vento, de terra e fogo…

“Kora” e canto José Braima Galissa
Saxofone e flauta Gil Salgueiro Nave
Percussão Domingos Kabu
Contrabaixo Joaquim Nave