arquivo teatro

DESCOBRI!

“Descobri!” é a história de Nômo e Mêmo, dois personagens que, casualmente e talvez por idênticas razões, um dia se encontraram algures num lugar estranho, um lugar tristonho e despojado, com remotos sinais de vida.

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DISTANCIAMENTO SOCIAL

O nosso teatro quando estranhos vão os tempos…Chamámos-lhe “distanciamento” e se isso não dissesse tudo, ainda insistimos e acrescentámos “social”.

Fica assim magoadamente classificado este nosso tempo, todo ao contrário daquilo que sempre pugnámos; a arte e cultura com o teatro à mistura, para aproximar, todos sem exclusões, no enorme abraço solidário dos povos, dos idiomas múltiplos das culturas locais ancestrais para projetar futuros. Para este agosto eborense, meridional, aqui fica o nosso “Distanciamento Social”.

O teatro adiado porque filmado não é bem teatro afinal. Porque sem o público com que partilhar os afetos agora desaconselhados, sentimo-nos como que amordaçados, mascarados, privados de sorrisos de esgares e de estados de alma que os atores recriam e sentem como verdadeiros e não ficcionados.

Seis quadros retirados de dois espetáculos: “Mensagens Trocadas” (2011) e “Textículos” (2016).

Encenação Isabel Bilou | Gil Salgueiro Nave
Interpretação Joana Borrego | Jorge Lourido | Luís Rufo | M.ª da Conceição Pires | Pedro Mocho | Rute Marchante Pardal | Vítor Castanheira
Operação técnica Joaquim Oliveira

A FESTA

Como muitas famílias, depositadas e esquecidas em bairros sociais nas franjas suburbanas das grandes cidades, A FESTA, é a pequena história quotidiana de uma entre muitas dessas famílias relegadas para a sobrevivência num território de muitas carências e conflitos, onde sobressaem a ausência de uma identidade cultural, o desemprego, a violência latente e as prateleiras vazias da despensa. Por isso A FESTA é uma promessa idílica sempre adiada quando não mesmo abandonada. Uma mãe, no mais cruel ambiente marcado pelo machismo, a intolerância, a pobreza material e espiritual, tenta ainda assim, salvar a dignidade que resta, promovendo uma banal e vulgar festa com o filho e o marido em celebração de um quase esquecido e longínquo enlace matrimonial. Uma festa sem sentido…

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O SABOR DA LINGERIE


O “Sabor da Lingerie” é o irónico título de um exercício artístico enquadrado num modelo de teatro/documento, onde um grupo de mulheres nos relata os momentos dramáticos das suas vidas, quando bruscamente perdem os empregos em resultado da deslocalização da fábrica multinacional onde trabalharam durante dezenas de anos.

Entre mágoas, injustiças, revoltas e falsas promessas, estas mulheres foram injustamente atiradas para a rua, para as reformas antecipadas, para os cursos de formação e acima de tudo para a enorme percentagem dos humilhados e ofendidos de toda a terra.

Ainda assim, usam o que lhes resta da sua força para continuar lutando pelos seus direitos e pela dignidade que lhes foi usurpada.

Ironicamente, “O Sabor da Lingerie” está na contra corrente de modismos narcísicos e contraria o culto big brother deste nosso tempo. O sabor da lingerie pode ser bem amargo. E sempre para os mesmos.

Criação, encenação e escolha musical Gil Salgueiro Nave
Interpretação Elsa Carvalho | Isabel Bilou | Joana Borrego | M.ª Josefina Palma | Margarida Amaral | Rute Marchante Pardal | Susana Russo
Colaboração musical Luís Pereira
Execução musical Gigabombos do Imaginário | Vozes do Imaginário
Sonoplastia, operação técnica e fotografia Joaquim Oliveira

TENHO MEDO DO ESCURO


Poético, didático e simultaneamente metafórico, este espetáculo, dirigidosobretudo às crianças, apela para a importância do domínio do conhecimento e para aexpectativa de viver a vida e crescer com felicidade sem os medos instalados pela ignorância.

Esta é a história de uma menina que tem medo do escuro. Do escuro que lhe invade anoite! O escuro que lhe rouba as cores e os contornos das coisas!…

O seu quarto é tomado por formas sombrias e ameaçadoras! Um escuro que lheprovoca um choro inconsolável, na solidão da sua cama. Todas as explicações promovidas pelos pais, apelando para a importância dos sonos tranquilos e retemperantes, são inúteis…

Todas as explicações para a importância do descanso dos olhos só ser possível com a ausência de luz… São inúteis! A menina continua a chorar sem nada conseguir compreender, apenas sentindo opulsar forte e triste do seu coração.

Um dia, a mãe, depois de muito refletir, convida-a para participar numa experiência,onde a imaginação e a ciência se fundem, resultando na descoberta do verdadeirosentido do escuro, da luz e da cor.

Encenação Isabel Bilou
Interpretação Dina Nunes | Lúcia Caroço/Inês Rolim
Cenografia/Ilustração Margarida Carreira | Ricardo Falcão
Música original Luís Pereira
Condução Técnica Duarte Banza/Luís Pereira
Construção Cenográfica Luís Rufo
Poema da Canção M.ª João Alface
Coro da Canção Final Isabel Bilou | Mariana Vaz-Freire | Susana Russo
Costureira Vicência Moreira
Cartaz Margarida Carreira | Ricardo Falcão
Fotografia Luís Pereira

A ASSEMBLEIA DAS MULHERES

Em “A Assembleia das Mulheres”, Aristófanes (450 a.C., autor de comédias, crítico das guerras entre os povos) propõe solucionar a difícil situação económica de Atenas, entregando o governo da cidade às mulheres. É este o tema desta comédia, representada pela primeira vez no ano 391 a.C. Entre risos e verdades, esta é uma fantasia meio séria, meio utópica, na qual heroínas se apresentam em clima de festa com comida, bebida, cantos, danças e sensualidade. A comédia é festa e a festa simboliza a paz, a felicidade, a alegria que estimula a vida da cidade. É um clássico da dramaturgia universal, levado à cena por um elenco artístico, entre atores, músicos e técnicos. Produzido pela associação do Imaginário com o apoio da Câmara Municipal de Évora no âmbito do programa Artes à Rua 2019, este espetáculo visitará vários espaços do centro histórico. Apresentando-se à comunidade local e visitantes num ambiente festivo, é simultaneamente uma reflexão sobre os desígnios da humanidade na sua caminhada civilizacional, inspirada num autor da antiguidade clássica resistente aos tempos e às modas.

Texto Aristófanes
Dramaturgia e encenação Gil Salgueiro Nave
Cenografia Júlio Quirino
Música original e direção musical Luís Pereira
Letras das canções Gil Salgueiro Nave
Assistente de encenação e figurinos Isabel Bilou
Construção cenográfica António Canelas
Costureira Vicência Moreira
Apoio à produção Letícia Carvalho
Apoio técnico Joaquim Oliveira
Interpretação Ana Cardoso | Elsa Carvalho | Idália Oliveira | Inês Pessoa | Inês Rolim | Isabel Bilou | Joana Borrego | Jorge Lourido | Judite Leal | Luís Rufo | Margarida Amaral | M.ª João Alface | M.ª João Pessoa | Mariana Vaz-Freire | Pedro Mocho | Rute Marchante Pardal | Susana Russo | Teresa Aleluia Reis | Teresa Rodrigues | Vítor Castanheira
Músicos David Russo | Gil Salgueiro Nave | Joaquim Nave | Luís Pereira

amorte.come

Herdeiro duma antiga tradição que colhe referências nos saltimbancos e nos modelos e formas teatrais populares, este espectáculo é organizado a partir de pequenos quadros ou peças curtas, ligadas por um eixo central numa linguagem simples mas irónica, indutora de múltiplas leituras para todos os públicos e de todas as idades. Aqui, a morte, é uma personagem bem-humorada e justa que se esforça por fazer o seu trabalho sem repreensões. Sem exclusões. Um desfile de personagens pobres e ricos, distraídos e avisados, irreverentes e domesticados, onde não faltam os super-heróis, com todos eles a morte faz as contas. Uma fábula ponteada por palavras, gestos, músicas e canções num teatro efémero onde todos cabemos.   

“A vida humana como um teatro onde cada um representa o seu papel”.
Calderón de La Barca

Encenação Isabel Bilou
Dramaturgia e direção musical Gil Salgueiro Nave
Cenografia Coletivo artístico
Figurinos e adereços Dina Nunes
Iluminação Hâmbar de Sousa
Interpretação Hâmbar de Sousa | Joana Borrego | Júlio Quirino | Luís Rufo | Rute Marchante Pardal | Vítor Castanheira
Músicos Gil Salgueiro Nave | Joaquim Nave | Mário Lopes/Bruno Domingos/David William | Luís Pereira
Realização técnica Paulo Nuno Silva | Miguel Cintra
Operação técnica Joaquim Oliveira

ONTEM TIVE UMA BRANCA

Amor. Amizade. Amor de amigo. É entre copos de vinho que revelamos um ao outro o mais profundo e íntimo do nosso ser. É neste ambiente embriagado em confidências que divagamos sobre o Teatro, o teatro dentro do teatro, o teatro dentro da vida e a vida dentro do teatro. É neste mundo oniricamente alucinante que questionamos o que é real e o que é ficção. É nesta linha ténue entre imaginação e realidade que surgem as nossas inquietações, as nossas angústias, as nossas crenças, os nossos valores, os nossos ideais, os nossos sonhos. Que raio andamos nós aqui a fazer? O que é que nos move e o que é que nos move para criar? Qual é o sentido disto tudo? Precisamos mesmo do teatro? A resposta a estas questões é, na verdade, muito simples. Silêncio. Anteontem sabia-a de cor… Silêncio. Mas ontem tive uma branca…

Texto Júlio Quirino
Encenação Paulo Roque
Cenografia Criação coletiva
Interpretação Júlio Quirino | Hâmbar de Sousa | Helena Baronet | Rute Marchante Pardal
Música Gil Salgueiro Nave
Desenho de luzes Hâmbar de Sousa
Operação técnica Joaquim Oliveira
Fotografia Paulo Nuno Silva
Cartaz Júlio Quirino
Direção de produção Miguel Cintra

QUERER E NÃO QUERER

Atingidos por uma espécie de enfermidade social; uma “apatia” epidémica, fechados sobre si mesmo, estes personagens querem e não querem mudar o rumo da história ou mudar mesmo o rumo às suas insignificantes vidas. O melhor é ficar tudo como está, ainda que não esteja bem. Absurdos e patéticos, os personagens vagueiam entre a falta de consciência e a incapacidade da ousadia. 

Em ambiente de café-teatro, “Querer e não querer” apresenta-se como uma metáfora sobre a indiferença coletiva perante o estado das pequenas e grandes políticas que regem o mundo.

Encenação Isabel Bilou
Interpretação Gil Santos | Joana Borrego | Júlio Quirino | Luísa Sousa | Rute Marchante Pardal
Músicos David Russo | Gil Salgueiro Nave | Joaquim Nave
Desenho de luzes Pedro Bilou
Operação técnica Joaquim Oliveira
Construção de elemento cenográfico Miguel Cintra
Fotografia Paulo Nuno Silva
Cartaz Júlio Quirino
Direção de produção Susana Russo