arquivo teatro

CONTÉ CONTÉ CONTOS DA GUINÉ

“O tambor africano” e “O menino e o crocodilo” são dois contos da tradição oral da Guiné-Bissau. Embora singelos, são ricos na transmissão de valores éticos e culturais. Os seus personagens, a maior parte das vezes animais, são metáforas do comportamento humano: falam-nos da ambição, do egoísmo, da injustiça e ingratidão, mas também dos seus contrários.

O tambor, é uma lenda sobre a origem do mais conhecido instrumento africano, ritualizado como meio de comunicação e festividade. Diz-se pois, que foram os macaquinhos de nariz branco que o trouxeram para a sua aldeia, quando um dia, um deles, desejou subir bem alto, até tocar a Lua e trazê-la para a Terra. Mas só o mais pequeno, ajudado pela própria Lua, conseguiu nela entrar. Achando o macaquinho corajoso e engraçado, a Lua oferece-lhe um tamborzinho, que o deixou surpreso e maravilhado. O macaquinho depressa aprendeu a tocá-lo e tal era o seu entusiasmo, que não deu pelo passar dos dias. Foi a saudade que o despertou e o fez sentir a falta da sua terra e das suas gentes!…

O menino e o crocodilo, fala-nos de injustiça e ingratidão. Um crocodilo vendo-se impossibilitado de comer, e não resistindo à sua fome devoradora, engana um menino que passa por perto dele. Na sua ingenuidade o menino deixa-se iludir pelo bicho, quase acabando em deliciosa presa deste traiçoeiro animal. Não fosse a astúcia de uma lebre que apareceu a tempo de evitar tal fatalidade, o pior teria acontecido!…


Adaptação e encenação Isabel Bilou
Interpretação Osana Leal
Música José Braima Galissa
Cenografia Dina Nunes
Adereços e bonecos Dina Nunes | Joana Nave
Ilustração Isabel Bilou

AZULÃO

O azulão é um pássaro das grandes e frondosas matas do Brasil.

O tema deste conto, é acerca de um Azulão que cresce para a vida e embora ainda muito novo já anseia aprender a cantar, descobrir a vida nos seus voos… e como era bom sentir o sol que se infiltrava pelo emaranhado da floresta, enchendo de luz todas as coisas!

Azulão sentia-se feliz de usufruir desta beleza que a natureza lhe oferecia! Mas a irreverência própria de um pássaro moço, rouba-lhe um dia a liberdade que tanto amava, fechando-o numa gaiola de um negociante de pássaros.

Azulão sente que morre todos os dias um pouco ao ver-se preso, fechado, sem o calor do Sol que amadurecia os campos de milho, sem o cheiro húmido da terra, sem a noite que se tornava macia, ao entornar estrelas nas águas serpenteadas dos riachos. Sabe agora que feito prisioneiro nunca conseguirá cantar. E sem cantar, a vida não faz sentido. As asas de nada servem, pois pesam como folhas secas!… E assim Azulão morria de tristeza!…

Mas por vezes a vontade e a coragem mudam o rumo da “História”. E Azulão não acaba assim!…


Adaptação e encenação Isabel Bilou
Cenografia e figurinos Adélia Parreira
Interpretação Ana Paula Silva/Grace Lanna | Ana Teixeira/Carlos Moura
Fotografia Paulo Nuno Silva

O BEIJO DA PALAVRINHA

É pela boca do irmão de Maria Poeirinha que ficamos a conhecer o destino desta menina sonhadora, leve e etérea como a poeira do seu nome.

A misteriosa palavra, que pede a nossa alma toda inteira, transporta consigo múltiplos sentidos nas letras que a compõem.

E o destino de Maria Poeirinha descobre-se no interior dessa palavra que a beijou.

Qual será o beijo e a palavrinha?

Adaptação e encenação Teresa Rodrigues
Cenografia e Figurinos Dina Nunes
Interpretação Margarida Cunha | Hélder Tsetse
Ilustração Teresa Martins

O VELHO, O MOÇO, O BURRO E AS VOZES DO MUNDO

“Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto”
… E foi isso que fizemos. Pegamos num antigo conto, do qual não sabemos a origem, não sabemos de onde veio, nem sabemos que o contou pela primeira vez. Mas é possível que venha da Grécia, talvez, e com o passar do tempo ficou português. Dizemos da Grécia, porque foi aí o berço da nossa civilização. O mar azul, a temperatura amena, a luz e o vagar para pensar… Mas bom!… Hoje o conto que vos vamos contar é tido como um conto tradicional português. Ou melhor, na dúvida de identidade é certamente um conto de toda a humanidade… E como todos os contos que saem dos pensamentos, também este nos transmite ensinamentos… e conta a história de um velho, um moço e um burro… e as vozes do mundo!

Texto Jean de la Fontaine, provavelmente baseado em fábula de Esopo
Adaptação e encenação Gil Salgueiro Nave
Bonecos e cenografia João Sotero 
Interpretação Gil Salgueiro Nave | Isabel Bilou

UMA ÁRVORE COM HISTÓRIA

“Quero crescer depressa e partir”. Este é o desejo mais profundo e verdadeiro do Pequeno Pinheiro que quer arrancar as suas raízes e correr mundo, descobrir os mistérios dos oceanos, espreitar pelas janelas das casas, desbravar os céus. Mas será que para tudo isto ele precisa de abandonar a floresta? Segundo o conselho do amigo sol, na floresta o ar é mais saudável porque ele e todas as outras árvores contribuem para isso, libertando o oxigénio necessário à vida. O Pequeno Pinheiro, porém, deseja tanto deixar o lugar a que pertence que tapa os ouvidos ao apelo da natureza.

A História do Pinheirinho trata-se de um conto onde a insatisfação e a curiosidade própria das crianças está bem presente e onde os amigos fazem a diferença.

Três atores recriam a atmosfera mágica da floresta, alertando no entanto o pequeno espetador para os perigos a que a natureza está sujeita e da urgência de a defender, criando assim uma relação muito próxima com o público e guiando-o nesta aventura, provocando situações cheias de ritmo e musicalidade tão próprias do imaginário infantil.

Encenação Isabel Bilou
Interpretação Augusto Graça | Ana Mota Ferreira/Glória Silva | Dina Nunes
Adereços Isabel Bilou | Dina Nunes

SCARABEO

Este espetáculo é um desafio à leitura da metáfora e do sonho.

Dois atores apresentam duas personagens que disputam entre si, ou com o “seu outro” (que pode ser, por exemplo, um escaravelho ou a sua própria sombra…), pequenas histórias transbordantes de absurdo e verdade.

Uma escrita cénica assente num forte jogo gestual e num discurso oral carregado de insinuações que se transforma, ao mesmo tempo, num desafio ao humor e inteligência do espetador.

Encenação Isabel Bilou
Interpretação Pedro Branco | Tiago Avó/Ricardo Falcão
Banda sonora Gil Salgueiro Nave
Desenho de luz Wladimiro Garrido

HISTÓRIAS DO MEDO

“Histórias do Medo” relatam o quotidiano de Beatriz, uma menina do nosso tempo, confrontada com os medos próprios da sua idade: o escuro, os monstros dos sonhos e da TV, o medo da separação dos pais, da escola, de estar doente…

Um dia chega um novo vizinho, Ali, oriundo de outro continente, de outra cultura. Também ele, na sua fragilidade de criança, é agora assaltado por muitos outros medos: uma nova língua para aprender, uma nova cultura para decifrar, a incompreensão e a intolerância de uma sociedade que não reconhece o direito à diferença. Só Beatriz reserva um espaço no seu coração para o seu vizinho e amigo. E quando Ali se vê obrigado a acompanhar os seus pais de regresso à sua terra distante, fugindo da insensibilidade e do ódio de alguns outros vizinhos, Beatriz não compreende as razões da perda do seu amigo nem tão pouco a crueldade do mundo “civilizado” em que vive…

Texto, encenação, cenografia e figurinos Isabel Bilou
Assistência de encenação Dina Nunes
Assistência de cenografia Mafalda Palolo
Iluminação e sonoplastia Wladimiro Garrido
Adereços Dina Nunes | Ricardo Pinto
Marionetas Isabel Bilou
Voz Guilherme Russo
Costura M.ª João Alface | M.ª Josefina Palma | Vicência Moreira
Fotografia e grafismo Paulo Nuno Silva
Interpretação Margarida Cunha | Raquel Reis | Susana Russo

A ILHA DOS LIVROS FALANTES


Olívia conta-nos a viagem do Tocaler, um navio-biblioteca que sulca os mares do Pacífico divulgando livros a todos os que desejavam ter.

Aventuras inquietantes em encontros com piratas e Senhores de ilhas preenchem uma viagem atribulada da qual sobreviverá a cultura e o conhecimento, para o bem da Humanidade.

Olívia fecha o livro mas a história continua. Cada um de nós ficará com a responsabilidade de aprender a ler e a escrever muitas outras histórias, que viajarão por outros mares nunca antes navegados.


Adaptação, encenação e figurinos Isabel Bilou
Cenografia e adereços Dina Nunes
Iluminação Pedro Bilou
Sonoplastia Joana Nave
Interpretação Ariana Couvinha | Francisco Ferro | Íris Batalha | Jaime Silva | Susana Russo
Operação de luz e som Ricardo Rita
Costura M.ª João Alface | M.ª Josefina Palma
Colaboração na iluminação e sonoplastia Fernando Dias | Wladimiro Garrido
Grafismo MILIDEIAS
Fotografia Paulo Nuno Silva

…E AS PALAVRAS VOARAM

Na venda dos jornais as palavras irrequietas, andam à solta. Fugiram do dicionário porque a pata Hortense andou por lá comendo umas palavras bem deliciosas como moscardos, mosquitos e alguns peixes do rio. Um pescador que mais tarde procurava o nome de alguns peixes, pôs-se a chorar muito alto, desesperado por não os encontrar. De susto as palavras, já apertadas no dicionário, fugiram e refugiaram-se numa caixa. Foi nessa caixa que o cão Alberto, fugido do seu banho semanal, as foi encontrar.

A fuga das palavras provocou grande confusão na terra, porque as pessoas já não as conseguiam juntar para formar as suas frases. A vendedora de jornais, o pescador, os meninos, todos andavam desesperados, tentando convencê-las a voltar para o seu importante lugar na ordem do dicionário. 

Será que é possível convencê-las a voltar ao escuro daquele grande livro e de novo as crianças poderem aprender a ler, os tipógrafos a fazer os seus jornais e as senhoras as suas listas de compras?

Encenação Isabel Bilou
Interpretação Margarida Cunha | Ariana Couvinha/Ricardo Falcão | Susana Russo
Adaptação M.ª João Alface
Assistência Técnica Fernando Malanho
Cenografia Cilene Conceição
Colaboração na área musical Wladimiro Garrido | Gil Salgueiro Nave
Figurinos Isabel Bilou
Marionetas Cilene Conceição | Xana Ferreira
Construção de Cenário António Galhano
Guarda-roupa Vicência Moreira
Fotografia Paulo Nuno Silva